BÓCIO MERGULHANTE
• Tamanho normal de cada lobo da tireóide: 4 x 2 x 1,5 (A x L x P) cm
• Bócio: ↑ do tamanho da tireóide (quando um dos lobos laterais é maior que o polegar do paciente)
• Classificação: qto a função tireoideana, forma e carência de iodo
• Quanto à função: atóxicos (ou simples) e tóxicos (quando produzem hormônios)
• Quanto à forma: difuso, uninodular e multinodular
• Quanto à carência de iodo: endêmicos (em região de carência de I) e esporádicos
•
Bócio mergulhante (BM): quando o pólo inferior da tireóide ultrapassa a entrada torácica, ocupando o mediastino superior (não se palpa o seu limite inferior na fúrcula esternal)
• Incidência: bócio simples = 4-7% ; bócio mergulhante = 1:5000 ; BM em mulher > 45 a = 1:2000
• Patologia: maioria é benigna (CA em 10-16%)
• Entre os benignos: Bócio multinodular (51%); Adenoma folicular (44%); Tireoidite autoimune crônica (5%)
• Alterações histopatológicas: degeneração cística; fibrose; calcificação; Câncer papilífero (pouca importância biológica);
hemorragia (risco de obstrução de VVAA fatal)•
QC:
dispnéia (lúmen traqueal menor que 7 mm); tosse;
disfagia; rouquidão (compressão do laríngeo recorrente); paralisia de n. frênico; S. de Horner; compressão de jugular; S. V. Cava superior; hipertireoidismo subclínico
•
Exame físico:
pólo inferior impalpável; traquéia desviada; veias cervicais dilatadas; sinal de Pemberton
•
Laboratório:
TSH (
maioria eutireóidea; alguns são hipertireóideos subclínicos); VSH (tireoidite subaguda); Anti-TPO (tireoidite autoimune); Calcitonina (Ca medular de tireóide)
• Radiologia: Rx tórax (estreitamento ou desvio traqueal);
TC sem contraste (se necessário CI, fazer metimazol 10mg 2x/d duas semanas antes da TC); RNM (boa alternativa à TC)
• Outros exames: USG (ruim p/ porção mergulhante); Cintilografia; Esofagografia baritada;
Espirometria ( 42% das obstruções ocorrem em pacientes assintomáticos); PAAF
•
Diagnóstico diferencial:
timoma,
linfoma,
teratoma, cisto broncogênico/pericárdico, ganglineuroma
•
Tratamento: cirurgia; radioiodoterapia; terapia supressiva com T4•
Indicações de cirurgia: sintomas obstrutivos; assintomático c/ bócio abaixo da v. Braquiocefálica• Terapia conservadora: idoso c/ risco cirúrgico ↑; pequeno componente mergulhante em pcte c/ cifose; bócio não-mergulhante à hiperextensão cervical; estabilidade do tamanho do bócio;
• Pré-op: Laringoscopia; antitireóide e beta-bloqueador se hipertireoidismo
•
Cirurgia: tireoidectomia subtotal bilateral (bócio simétrico); hemitireoidectomia (assimétricos)
• Complicações: lesão de laríngeo recorrente; lesão de traquéia(traqueomalácia); lesão de paratireóide (hipocalcemia)
•
Terapia supressiva com T4: uso controverso; ineficaz em TSH baixo; indicação em jovem assintomático c/ TSH normal p/ redução do bócio ou prevenir crescimento
•
Radioiodoterapia: opção no bócio obstrutivo para quem não pode ou não quer cirurgia; reduz 30-60% do tamanho do bócio;
Dose: 100-400 µCi/g de tecido tireoideano (dose total
média de 70 mCi)
• Radioiodoterapia: Pré-tratamento com TSH recombinante diminui a dose necessária de I-131;
• Complicação: tireoidite por radiação (actínica), que pode piorar sintomas obstrutivos