quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Uso regular de álcool traz menos risco cardiovascular que o consumo em episódios de libação

Uma comparação entre padrões de consumo de álcool de uma cidade da Irlanda do Norte e três cidades francesas sugere que o consumo em episódios de libação acarreta maior risco cardiovascular do que a mesma quantidade consumida regularmente em um longo período. O estudo envolveu cerca de 10.000 homens entre 50 e 59 anos, sem história de doença cardíaca isquêmica, registrando seus hábitos etílicos na admissão e ao longo do período de seguimento, de 10 anos.

Libação alcoólica (5 drinks, ou 50g de etanol, no mínimo 1x por semana) foi quase 20 vezes mais prevalente na Irlanda que na França, onde o consumo diário foi mais comum. A incidência anual do desfecho primário – infarto agudo do miocárdio ou morte por doença coronariana – ocorreu em 5.6 por 1000 habitantes na Irlanda, comparado a 2.8 por 1000 habitantes na França. A quantidade consumida semanalmente, entretanto, foi quase a mesma. No coorte, após ajuste para risco cardiovascular, a taxa de risco para o evento primário, comparado aos consumidores regulares, foi de 1.97 para o consumo em libação, 2.03 para os que nunca ingeriram álcool, e 1.57 para ex-etilistas. Entretanto, apenas o consumo de vinho foi associado com um menor risco de eventos cardiovasculares, independente do país.

A conclusão é que o consumo regular e moderado de álcool ao longo da semana, padrão típico dos homens de meia-idade na França, é associado com menor risco de doença cardíaca isquêmica, enquanto o consumo em episódios de libação confere maior risco.

Fonte: http://www.bmj.com/content/341/bmj.c6077.full

Estatinas reduzem risco cardiovascular de forma segura mesmo em pacientes com alteração de enzimas hepáticas

Uma análise post hoc do estudo GREACE foi publicada no Lancet, e mostrou que estatinas reduzem de modo seguro eventos cardiovasculares em pacientes com elevação moderada das enzimas hepáticas. No estudo, 1600 adultos com doença coronariana e dislipidemia foram randomizados para terapia com atorvastatina ou cuidados usuais (que poderia incluir uma estatina) por três anos. O desfecho primário pesquisado era a redução do risco de primeiro evento cardiovascular em pacientes que tinham enzimas hepáticas moderadamente aumentadas (até 3x o limite superior da normalidade) tratados com estatina, comparado com aqueles não tratados. Entre os cerca de 440 pacientes com enzimas alteradas, aqueles que usaram estatinas tiveram menos eventos cardiovasculares (10% x 30%).

O uso de estatinas foi também mais benéfico em pacientes com enzimas anormais do que naqueles com enzimas normais. Além disso, pacientes com enzimas hepáticas anormais que receberam estatinas tiveram melhora nos valores de enzimas. De todos aqueles que receberam estatinas, menos de 1% interromperam o uso porque tiveram efeitos colaterais hepáticos (aumento de enzimas > 3x o limite superior da normalidade). A conclusão é que a terapia com estatinas é segura e pode melhorar enzimas hepáticas e reduzir morbidade cardiovascular em pacientes com enzimas moderadamente aumentadas atribuíveis à esteatose hepática não-alcoólica.

Fonte: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(10)61272-X/fulltext

sexta-feira, 14 de maio de 2010

ATIVIDADE TEÓRICA - CASO CLÍNICO ENFERMARIA A

BÓCIO MERGULHANTE

• Tamanho normal de cada lobo da tireóide: 4 x 2 x 1,5 (A x L x P) cm
• Bócio: ↑ do tamanho da tireóide (quando um dos lobos laterais é maior que o polegar do paciente)
• Classificação: qto a função tireoideana, forma e carência de iodo
• Quanto à função: atóxicos (ou simples) e tóxicos (quando produzem hormônios)
• Quanto à forma: difuso, uninodular e multinodular
• Quanto à carência de iodo: endêmicos (em região de carência de I) e esporádicos
Bócio mergulhante (BM): quando o pólo inferior da tireóide ultrapassa a entrada torácica, ocupando o mediastino superior (não se palpa o seu limite inferior na fúrcula esternal)
• Incidência: bócio simples = 4-7% ; bócio mergulhante = 1:5000 ; BM em mulher > 45 a = 1:2000
• Patologia: maioria é benigna (CA em 10-16%)
• Entre os benignos: Bócio multinodular (51%); Adenoma folicular (44%); Tireoidite autoimune crônica (5%)
• Alterações histopatológicas: degeneração cística; fibrose; calcificação; Câncer papilífero (pouca importância biológica); hemorragia (risco de obstrução de VVAA fatal)
QC: dispnéia (lúmen traqueal menor que 7 mm); tosse; disfagia; rouquidão (compressão do laríngeo recorrente); paralisia de n. frênico; S. de Horner; compressão de jugular; S. V. Cava superior; hipertireoidismo subclínico
Exame físico: pólo inferior impalpável; traquéia desviada; veias cervicais dilatadas; sinal de Pemberton
Laboratório: TSH (maioria eutireóidea; alguns são hipertireóideos subclínicos); VSH (tireoidite subaguda); Anti-TPO (tireoidite autoimune); Calcitonina (Ca medular de tireóide)
• Radiologia: Rx tórax (estreitamento ou desvio traqueal); TC sem contraste (se necessário CI, fazer metimazol 10mg 2x/d duas semanas antes da TC); RNM (boa alternativa à TC)
• Outros exames: USG (ruim p/ porção mergulhante); Cintilografia; Esofagografia baritada; Espirometria ( 42% das obstruções ocorrem em pacientes assintomáticos); PAAF
Diagnóstico diferencial: timoma, linfoma, teratoma, cisto broncogênico/pericárdico, ganglineuroma
Tratamento: cirurgia; radioiodoterapia; terapia supressiva com T4
Indicações de cirurgia: sintomas obstrutivos; assintomático c/ bócio abaixo da v. Braquiocefálica
• Terapia conservadora: idoso c/ risco cirúrgico ↑; pequeno componente mergulhante em pcte c/ cifose; bócio não-mergulhante à hiperextensão cervical; estabilidade do tamanho do bócio;
• Pré-op: Laringoscopia; antitireóide e beta-bloqueador se hipertireoidismo
Cirurgia: tireoidectomia subtotal bilateral (bócio simétrico); hemitireoidectomia (assimétricos)
• Complicações: lesão de laríngeo recorrente; lesão de traquéia(traqueomalácia); lesão de paratireóide (hipocalcemia)
Terapia supressiva com T4: uso controverso; ineficaz em TSH baixo; indicação em jovem assintomático c/ TSH normal p/ redução do bócio ou prevenir crescimento
Radioiodoterapia: opção no bócio obstrutivo para quem não pode ou não quer cirurgia; reduz 30-60% do tamanho do bócio; Dose: 100-400 µCi/g de tecido tireoideano (dose total média de 70 mCi)
• Radioiodoterapia: Pré-tratamento com TSH recombinante diminui a dose necessária de I-131;
• Complicação: tireoidite por radiação (actínica), que pode piorar sintomas obstrutivos

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Caso clínico 14


Paciente masculino, 57 anos, diabético, etilista, apresenta ao exame físico o achado acima. Relata que pai e irmão apresentam o mesmo problema.

QUESTÕES:

1. Qual o diagnóstico?
2. Quais os fatores de risco para esta condição?

Caso clínico 13


Qual(is) lesão(ões) de nervo(s) craniano(s) este paciente apresenta?

Caso clínico 12


Homem, 37 anos, chega à emergência com queixa de dor abdominal em cólica há 2 dias, náuseas e vômitos. Ao exame: T=37,2ºC , FC=110bpm , abdome distendido, doloroso à palpação, sem dor à descompressão. Leucometria = 11.300, com 28% de bastões. Realiza TC de abdome, com a presença da imagem acima.

1. Qual o diagnóstico?
2. Qual o tratamento para este paciente?

Caso clínico 11

Homem, 45 anos, com queixa de dor e distensão abdominal severas, realiza ressonância magnética que mostra a imagem acima.

1. Qual o diagnóstico?